Neste artigo, apresentamos e discutimos algumas das políticas que fomentam a promoção do ensino universitário da língua portuguesa na China. Inicialmente, apresentaremos algumas das políticas externas da China que incrementam as relações sino-lusófonas para, em seguida, fazer uma revisão das iniciativas e políticas específicas que influenciam o macro planejamento linguístico para a língua portuguesa na China. Feito isso, sustentaremos o crescente interesse pela língua portuguesa ser fruto da junção de duas grandes forças. A primeira, oriunda das necessidades do Estado, trata-se do interesse da política externa chinesa pelos PLP, com foco especial nos PALOP, nos quais a China não busca apenas fornecedores de matéria-prima ou potenciais consumidores de produtos chineses, mas sim a construção de relações políticas e diplomáticas baseadas no conhecimento e respeito mútuo. A segunda força, oriunda das demandas da iniciativa privada, é formada pela urgente necessidade de formação de profissionais que atendam às demandas de mercado entre a China e os PLP, com destaque especial para as economias de Angola, Brasil e Moçambique. Por fim, seguindo a lógica chinesa de investimento em blocos transnacionais multipolarizados baseados (JATOBÁ, 2015b, 2020), sobretudo, em interesse no incremento de trocas comerciais e da ampliação de mercados consumidores, traçaremos algumas das perspectivas para o desenvolvimento da língua portuguesa na China.